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Pearl Jam no Maracanã em mais um show inesquecível


Só no BIS foram onze músicas, ainda tiveram dois Chili Peppers no palco, Lana Del Rey nos bastidores, um público apaixonado (como sempre) em mais um show fantástico do Pearl Jam no Rio de Janeiro.

Toda vez que o Pearl Jam passa em turnê pelo Brasil é um acontecimento. Os fãs fazem questão de comparecer aos shows e os que não podem estar lá, por algum motivo, manifestam seu pesar nas redes sociais e acompanham os amigos que conseguiram marcar presença. A comoção não é à toa, Pearl Jam é a maior representante grunge do rock, banda consagrada com qualidade e carisma indiscutível.

Antes mesmo de começar o show, a banda já encanta com as mensagens sobre a importância da preservação da natureza aparecendo repetidamente no telão. As imagens mostravam imagens de reflorestamento e gráficos sobre o aquecimento global e as mensagens eram “Natureza: a solução para a mudança climática”, “Florestas nos protegem dos efeitos do aquecimento global”, “Proteja a natureza que nos proteje!”, “Natureza é 30% da solução para o aquecimento global”. O telão indicava o site conservation.org.

Depois da mensagem ecológia e necessária, as luzes se apagaram e em meio a fumaça do palco surgia a sombra dos integrantes do Pearl Jam. O público já aos gritos, claro. O show foi aberto por “Release”, música do primeiro álbum da banda Ten (1991), seguida por “Low Light” do Yeld (1998), ambas bem recepcionadas pelo público e cantadas apenas pelos velhos e bons fãs. Mas foi a terceira música que fez o Maracanã cantar, “Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town” levantou os fãs cariocas e mostrou que seria uma grande noite.

Depois dessa, Eddie começa a lançar seu Português: “Tudo bem? Todos prontos? Vamos  lá!” e esquenta o show com a nervosa “Go”. Depois emendaram “All Night” e arrebataram a plateia com a dobradinha “Animal” e “Given To Fly”, seguida por “In Hiding”. De repente começam os acordes do mega sucesso “Jeremy” e cadê o Eddie no palco?? Já tinha descido para cantar pertinho da galera na grade. Obviamente essa foi uma das músicas que o público cantou mais alto.

“Uma grande garrafa para um grande show!”, se referindo a sua garrafa de vinho que sempre o acompanha no palco.

 

  “Corduroy” deu uma acalmada necessária antes da entrada da animada “Even Flow” que foi todo mundo pular e cantar. Aliás, por boa parte da música Eddie nem cantou, deixou os fãs fazerem isso. Mais alguns goles de vinho e era hora de “Immortality”, “Wishlist” e depois a acelerada dupla do último álbum “Mind your Manners” e “Lightning Bolt”, vale lembrar que teve turnê pelo Brasil em 2015 com outro showzaço do Pearl Jam no Maracanã. Relembre AQUI! e AQUI TAMBÉM!  


Após tocarem a antiga “Garden”, do primeiro álbum Ten, chamaram ao palco Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers, para presenciar “Can’t Deny Me”, primeira inédita em cinco anos. Bom frisar que logo após a inédita, Eddie afirmou: “Não é bom ter um líder. O povo deve ser o líder.”, claramente fazendo uma crítica a Donald Trump. Fechando a primeira parte do show mais uma das antigas, “Porch”.

Devemos considerar que o show é feito em dois atos, porque um BIS com ONZE músicas NÃO EXISTE! Foram 18 faixas na primeira parte e mais 11 na segunda. Realmente o Pearl Jam é INACREDITÁVEL! 29 músicas, tocadas sem pressa alguma, para os fãs apaixonados. Mas vamos falar sobre o BIS GIGANTE, porque a maior quantidade de hits da banda apareceu foi aí.

Pra começar, a fofa “Sleeping by Myself”, cantada solo por Eddie. Depois o vocalista elogiou o comportamento do público:

“Esse é o primeiro show que me me lembre de muito tempo que nós não precisamos pedir que vocês fossem pra trás e para não se baterem. É tão bom ver tantas pessoas se dando tão bem e cuidando um dos outros. Me faz sentir bem aqui em cima, fico nervoso por cada um aqui então nunca é suficiente porque, vocês sabem, segurança vem primeiro.” – Nítidamente em uma referência ao trauma sofrido no ano 2000, quando pessoas morreram esmagadas durante um show da banda no festival Roskilde, na Dinamarca.

 

Então engrenou com “Inside Job”, “Daughter”, “Do The Evolution” e “Black”. Sem comentários sobre a reação do público a essas três últimas músicas… EXTASE define! E é tão legal perceber que as pessoas gravaram no coração as versões ao vivo do, incomparável, show de 2005. Dá pra perceber pois ao fim de “Daughter” o Maracanã entoou o “Oooo…OOOO….ooo….” e ao fim de “Black” os fãs também prolongaram a música exatamente como nas versões da Apoteose em 2005.

Mais uma vez mostrando engajamento pelas causas sociais e políticas, Eddie Vedder fez mais um discuso feminista a favor da igualdade de gênero (em Português, claro!): “Essa é para todas as mulheres fortes das nossas vidas! Nossas mães, irmãs, filhas, esposas, namoradas. Só os homens fracos não apoiam as mulheres! Essa é para os homens fortes o bastante que ajudam na luta pela igualdade.”

Seguiram com “Living Here”, “Blood” e levaram o público ao delírio com “Better Man” e “Alive”, essa última em uma versão sem fim com solos de guitarra e muita interação do Eddie com o público de um lado a outro do palco. Para a próxima música Eddie grita “Chili Peppers in the house!” e lá estão Chad Smith, novamente, e o guitarrista Josh Klinghoffer. Dessa vez, Chad asssumiu a bateria e Josh a guitarra, em um misto de Pearl Jam com Red Hot Chili Peppers, tocaram “Rockin’in the Free World”, de Neil Young.


O show termina com todas as luzes acesas, a banda em conexão total com os fãs e tocando o hino “Yellow Ledbetter”. Nesse momento, Vedder jogou pandeiros para a plateia e também para a amiga Lana Del Rey que estava assistindo o show nos bastidores.

Importante citar que o baterista, Matt Cameron, passou todo o show com a camisa que estampa o rosto do amigo e ex companheiro de Soundgarden, Chris Cornell. Uma bela homenagem que aparecia a todo momento no telão.

Ainda é necessário falar sobre a presença de palco animal e a voz impecável de Eddie Vedder, ou todo mundo já está ciente disso?! O cara é tão fera que parece ser redundante fazer elogios a ele. Os anos passam, Vedder envelhece mas não perde a energia, o carisma, a felicidade em tocar e a voz, inconfundível.

Crédito: Bruno Eduardo - Rockonboard
Crédito: Bruno Eduardo – Rockonboard

Agora sim, podemos nos despedir do Pearl Jam e torcer para que lancem logo um novo álbum e uma nova turnê mundial que passe pelo Brasil, claro.

Por Natália Brandão
Crédito Fotos: Bruno Eduardo – Rockonboard


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