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Festival Pirâmide Perdida apresenta nova (e influente) cena do rap nacional


Shows de Febem, Akira Presidente e Pirâmide Perdida marcaram a noite com lançamentos e sucessos. Saiba mais!

O Circo Voador, no Rio, ficou pequeno na noite de sábado (13). Os fãs de rap nacional compareceram em peso no Festival Pirâmide Perdida, que comemora os quatro anos do selo/gravadora que colocou no mapa importantes novos nomes do gênero. Febem, Akira Presidente e Pirâmide Perdida, com o Bloco 7, foram os shows de destaque do evento, que esquentaram o público com lançamentos e sucessos.

Pouco antes de meia-noite, começou a apresentação do rapper paulista Febem, que apresentou o show de lançamento do elogiado álbum “Running”, que saiu pela CEIA Ent. Faixas do novo disco, como “Camisa de Time”, “Tudo ou Nada” e “Fé de Jó” se mesclaram com músicas de seu trabalho anterior, “Prata” (2017), como “Houdini” – que abriu a noite – e “Rosas”.

À frente do painel que adotou a estética do novo álbum – como pistas de corrida e a tipografia da capa do disco -, Febem conduziu com segurança e protagonismo o primeiro show do festival. Mostrou-se solto e à vontade, e rolou um bom entrosamento com os parceiros com quem dividiu o palco: niLL, na faixa “BB”, e Bk’ e Akira Presidente, em “Esse é meu estilo” – uma das mais cantadas.

O público respondeu bem à apresentação, formando a clássica roda e acompanhando o rapper, faixa por faixa. “BOLT” – que traz um ótimo clipe, dirigido por Guilherme Morais – finalizou com chave de ouro o show de abertura do festival, fervendo ainda mais a noite que estava só começando.

Em seguida, o palco deu espaço ao show de Akira Presidente, com o lançamento do aguardado disco “Nandi” – uma homenagem a sua filha com Ainá, que foi uma das convidadas da apresentação.

“Assumindo o Risco”, faixa do novo álbum, abriu o show, seguido de “Vivo como Quero” e de “Livre” – sendo esta última em parceria com Baco Exú do Blues, que também subiu ao palco para acompanhar Akira. Os dois, que são uns dos principais nomes atuais do gênero, foram extremamente aclamados pelo público, que não parava de crescer e de encher a área do Circo Voador.

Akira também cantou músicas do álbum “Fa7her” (2017), como “Contas pra Pagar” e “Fa7her”, e não escondeu o êxtase em se apresentar. “Passei o dia todo querendo chegar nesse momento”, disse o rapper, que, durante o show, conversou diversas vezes com os fãs, proferindo palavras de incentivo. “Eu sei como é passar cada perrengue e cada passo para estar aqui hoje e curtir com vocês” e “Não deixem nunca rirem de você ou dos seus sonhos” foram algumas das frases que Akira dividiu com o público, sendo extremamente bem recebido.

Ainá, também artista da cena e esposa de Akira, cantou duas músicas junto com o marido. A primeira foi sua própria faixa junto com a DJ Jessica Salty, “Trem Shota”, e depois a faixa de ambos em “Nandi”, “Ela Sobe, Ela Desce”. A conexão do casal no palco rendeu elogios não só do público, mas também entre si.

Quem também dividiu o palco com Akira foi Bk’. A dupla cantou três faixas: “Adeus”, música de Bk’ com participação de Akira; “Lamborghini”, presente em “Nandi”; e “$$$$$$$”, parceria dos dois em “Fa7her”.

O setlist do show também contou com músicas como “Dance”, “Promessas” e “Sem Saída”, todas do lançamento. A apresentação de Akira fechou com “Melhoria Gang”, produção de El Lif Beatz lançada em 2018, que ferveu a pista – e foi o aquecimento perfeito para a entrada do Bloco Sete, em seguida.

Finalizando a noite, o coletivo da Pirâmide, ponto alto da noite, recebeu no palco Akira Presidente, Bk’, Bril, CHS, El Lif Beatz, Juyè, Jxnv$ e Luccas Carlos. Os integrantes começaram se apresentando aos poucos, até se unirem e cantarem as faixas do Bloco 7 em conjunto.

Luccas começou os trabalhos apresentando “7K”, “Neblina” e “Bilhete 2.0”, e fez sua participação na faixa “Inspiração”, de CHS, que também cantou “Ponteiros”. JXNV$ veio em seguida, com “Conta as Notas” e “Mec Life”. Depois foi a vez de Bril, que cantou faixas como “Chefe Gordo” e “Double Cup”, esta última em conjunto com Akira Presidente. Já Bk’ e Juyè – bastante aplaudida, por sinal – entraram juntos com a performance de “Almas”, e Bk’ finalizou as apresentações solo com “JULIUS” e “Jovens”.

A partir daí, o grupo apresentou em conjunto faixas como “Não Siga Meus Passos”, “Luccas Carlos” e “Dispiei”. Por algumas vezes durante o show, Akira perguntou ao público se eles estavam cansados, o que rendeu a negativa. Para provar se era mesmo real, o coletivo pediu a todos que se abaixassem, o que é clássico antes da apresentação da famosa “Pia, Brota”. A noite finalizou em grande estilo com “KGL”, do Nectar Gang, e deixou o público com expectativa para a próxima reunião.

Intercalando os principais shows do festival, os DJs AFROLAI, B7DJ$ e DKVPZ apresentaram seus sets em uma noite que provou o tamanho da evidência em que o rap nacional se encontra. Apesar da magnitude em que o Pirâmide Perdida tem se encontrado, o coletivo não esquece suas raízes – uma placa de rua enfeitava o palco com os dizeres “Rua Pedro Américo” e “Rua Bento Lisboa”, tradicional esquina do bairro carioca do Catete, área influente da cena do rap e da juventude.

Por Luciana Lino


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