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“Aquaman” tropeça, mas faz estreia épica nos cinemas


Acabou a espera, Aquaman finalmente mostra todo o seu potencial em sua aventura solo!

Em sua mais nova estreia, Warner Bros. continua tentando achar um tom adequado para o Universo DC, após os polêmicos “Liga da Justiça”, “Batman vs. Superman”, “Homem de Aço”, e o triunfante “Mulher-Maravilha”. James Wan fica responsável pela direção de “Aquaman”, o longa conta com Jason Momoa e Amber Head reprisando seus papeis de de “Liga da Justiça”, Aquaman e Mera, respectivamente.

Resumidamente, o enredo de “Aquaman”, se inspira muito na história que construiu o herói na fase dos Novos 52 nos quadrinhos. Arthur Curry, filho bastardo da Rainha Atlanna com um faroleiro humano, Tom Curry, é criado na superfície, e além de rechaçar o título de rei, tem uma relação conflituosa com sua origem Atlanti. Enquanto isso, seu meio irmão, Orm, filho de Atlanna com o rei, ocupa o trono, enquanto o vilão clássico do herói, Arraia Negra, surge.

Em “Aquaman” só existem dois grandes problemas: apesar do enredo ser simples, em alguns momentos ele peca pela ambição, junto ao roteiro, que ao tentar contar muita coisa em pouco tempo, se atropela e dá pequenos tropeços, deixando algumas cenas superficiais, mesmo com a presença e experiência de uma atriz premiada como Nicole Kiddman. Ao mesmo tempo, o filme também deixa algumas dúvidas de continuidade para os espectadores mais atentos ao papel e cenas do herói em “Liga da Justiça”.

Vale ressaltar que o filme apresenta uma nova versão do mesmo problema que afetou “Esquadrão Suicida” e que aparece de forma mais suave em “Liga da Justiça”. Em certos momentos o roteiro do longa parece ter sido escrito por pessoas diferentes, enquanto as cenas em Terra, com poucas exceções possuem um tom que exagera na infantilidade, as partes em Atlântida são de fazer o queixo cair, e é ali que a magia do filme acontece.

James Wan e o setor de arte do filme tornaram realidade com perfeição o que talvez fosse o maior desafio de Aquaman. Atlântida, seu mundo submerso e suas criaturas são incrivelmente bem produzidos e executados, podemos dizer que é a maior realização do Universo DC em termos de efeitos especiais e direção de arte, até o momento.

aquaman

No geral, os atores do filme carregam bem seus papéis. Enquanto Amber Head se revela uma ótima Mera, construindo uma ótima personagem de suporte para Aquaman em possíveis sequências. Willem Dafoe tem mais espaço para criar sua própria versão de Vulko, o conselheiro real Atlante. Já do lado dos vilões, infelizmente nem todos tiveram espaço para brilhar. Yahya Abdul-Mateen II é um ótimo vilão e entrega uma verdadeira fúria, mas não recebe o tempo de tela que merecia, deixando o Arraia Negra, um dos mais notórios vilões do Universo DC, como um vilão secundário, mas com um motivo: Aquaman é além de um filme sobre o herói rei dos oceanos, também uma história de introdução, dando espaço para o crescimento do vilão junto ao seu arquirrival.

Uma ótima surpresa nesse cenário é a performance Patrick Wilson como Orm, o ator bate de frente com Jason Momoa nas cenas entre os irmãos reis de Atlântida e acompanha bem o ritmo, que aliás, é frenético. Em “Aquaman” a ação era um dos pontos mais esperados e entrega o que promete nos trailers, com lutas brutais, muito bem produzidas, aliada a uma direção de fotografia primorosa, que resulta em cenas que parecem ter saído diretamente das HQs.

Já a trilha sonora e montagem do filme são bem executadas, dando tempo para que o espectador admire todo o universo e a riqueza de detalhes que o longa metragem pretende mostrar. Mas nem tudo são flores, a inconstância no tom do filme acontece também na escolha da trilha. Enquanto em alguns momentos a trilha original é muito bem utilizada, em outros, afim de dar um tom cômico nas cenas, são introduzidas músicas de forma muito aleatória e tímida.

Para o deleite dos fãs, Jason Momoa espanta e diverte entregando não só o que cativou os fãs e foi apresentado para o personagem em “Liga da Justiça”, mas levando o Atlante a outro patamar, enterrando de vez a visão bastante difundida de um Aquaman irrelevante cujo único poder é “falar com os peixes”. Momoa encarna a verdadeira imponência do rei de Atlântida, com direito a cenas com clássicas referências a cenas dos quadrinhos, mas sem esquecer a parte humana imperfeita e insegura sobre si mesmo e suas origens.

Finalmente, Aquaman acaba sendo vítima da corrida contra o tempo da Warner Bros. Em criar um universo cinematográfico e apresentar um tom equilibrado para seus filmes ao ponto que se distancia da temática sombria de Zack Snyder, mas isso não impede o filme de ser grandioso, se consagrando como um marco no Universo DC e uma obra prima do ponto de vista artístico digital.

Aliados a grandes nomes, James Wan e Jason Momoa nos entregam um dos melhores filmes do Universo DC até então, com uma narrativa épica e digna do Atlante. Finalmente podemos dizer que não só o rei dos oceanos está entre nós, mas sim um dos mais poderosos heróis da DC Comics, seja bem-vindo, Aquaman.

O filme estreia amanhã, dia 13 de dezembro, nos cinemas

Por Tuiki Borges


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