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A ascensão de Jão, de ‘Ressaca’ até seu primeiro álbum, “Lobos”


Midiorama entrevistou o cantor um dia antes da estreia de “Lobos”, seu primeiro álbum

Jão, dono dos singles “Ressaca” e “Imaturo” foi uma das principais apostas de 2018 no começo do ano pelo Google. Quase oito meses depois, seu single Vou Morrer Sozinho lançado na última terça-feira ocupou a 1ª posição nos trending topics mundiais, e entrou para o top 5 no iTunes. A música já assumiu o título de “hino dos encalhados”, e durante a entrevista para o Midiorama, Jão comentou ter ficado muito surpreso com a repercussão e o carinho com seu trabalho nas redes sociais.

“Acho que as pessoas são muito carinhosas comigo sempre, eu acho que quando você luta pelo sonho de alguém, isso é um gesto muito lindo. E essas pessoas tem lutado pelo meu sonho junto comigo, então eu fico muito contente.” – Jão

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O vídeo de “Vou Morrer Sozinho” já ultrapassa a marca de 500 mil visualizações em menos de dois dias, o clipe tem um trabalho estético lindo, complementando a letra da música e contando uma história. “Quando eu fiz a música, eu tinha uma ideia muito clara de como seria o clipe, que ele seria exatamente assim. Eu pensei em uma forma de mostrar para as pessoas quem eram aqueles personagens, porque eu gosto muito quando os personagens fazem sentido. Eu valorizo muito isso, assim como em “Imaturo” a gente faz uma construção de personagens, de porque ele cresceu e está ali, então é legal que as pessoas criem uma identificação com os personagens”.

Sobre a recepção e o carinho do público jovem, quando perguntado se a nossa geração é a que mais sofre por amor, ele diz que a nossa é a mais dramática. Mas Jão acha que nós somos bem espertos, democráticos e estamos criando uma abertura maior para todas as pessoas.

O álbum que está sendo aguardado pelos fã há meses, finalmente chega hoje (17) nas plataformas digitais. A data foi uma surpresa e divulgada durante a semana, e”Lobos” para Jão irá surpreender seus fãs, pelas características presentes nas músicas. Elementos diferentes do que ele já usava estão presentes, mas a linguagem dele continua lá. Um som mais maduro do que seus outros trabalhos. As inspirações para seu primeiro disco são os temas que ele observa da nossa geração, com letras marcantes e ritmos dançantes. Os próximos passos do cantor será uma turnê pelo país, e durante a entrevista ele prometeu tentar fazer cada música ter o seu próprio ambiente durante o show.

Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Midiorama: Vamos começar falando que “Vou Morrer Sozinho” foi declarado pelo Twitter como o “hino dos encalhados”, o que você achou desse título e do carinho nas redes sociais?

Jão: Era exatamente o que eu achava que ia ser, o hino dos encalhados. Um amigo meu falou isso um dia antes em uma live, e, é o título que essa música precisava. Fiquei muito surpreso, atingimos a primeira posição nos TT’s mundiais, eu nem sabia que tinha tanta gente que gostava e queria ver meu sucesso. Então fiquei muito contente, acho que as pessoas são muito carinhosas comigo sempre, eu acho que quando você luta pelo sonho de alguém, isso é um gesto muito lindo. E essas pessoas tem lutado pelo meu sonho junto comigo, então eu fico muito contente.”

M: No clipe da música, os personagens tem uma ficha com decepções amorosas, frustrações e tudo mais. De onde surgiu essa ideia? 

J: Quando eu fiz a música, eu tinha uma ideia muito clara de como seria, que seria exatamente assim. Eu pensei em uma forma de mostrar para as pessoas quem eram aqueles personagens, eu gosto muito de quando os personagens fazem sentido. Eu valorizo muito isso, assim como em “Imaturo” existe essa construção de personagem, porque ele cresceu e eles estão ali, é legal que as pessoas criem uma identificação e isso faz uma diferença.

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M: Todo seu trabalho tem sido muito bem recebido pelos jovens, você acha que nossa geração é a que mais sofre por amor?

J: Eu acho que a nossa geração é a mais dramática, mais chororô. [Risos]. Mas acho que somos bem espertos, democráticos e a gente tá criando uma coisa que antes não existia, que é uma abertura maior para todas as pessoas. Então acho que nesse sentido é mais legal, mas a gente é bem dramático. Eu inclusive sou bastante.

M: Você lembra sua reação quando viu seu primeiro fã clube?

J: Nossa eu acho que até postei em todos os lugares, mandei pra minha mãe e ela queria até fazer um poster lá na minha cidade. Eu acho que isso faz muita diferença pra mim, todas as pessoas, as cinco primeiras até agora ainda estão comigo. Elas se conhecem, criam vínculos, então assim, isso é muito louco, saiu do meu controle. Fico muito feliz.

M:”Lobos” é um álbum com letras bem intensas, mas extremamente gostoso de ouvir. Qual canção você está mais ansioso para os fãs ouvirem?

J: Olha, eu acho que eles vão se surpreender com as características das músicas. Acho que é um álbum que trouxe elementos diferentes do que eu já usava, mas não perdeu a minha linguagem. Acho que só somou, e acho que é um som mais maduro que “Imaturo”, “Ressaca”, “Álcool” e “Dança Pra Mim”. Então eu acho que amadureci muito durante o processo, do álbum, e isso transparece nas letras. Amadureci muito mas não cheguei ao estado de estar maduro. Mas está no processo! Eu quero que gostem de todas, mas eu acho que “Lindo Demais”, ” A Rua” e “Monstros”.

M: Quais foram as suas maiores inspirações para “Lobos”? Muitos corações partidos?

J: Eu acho que todo o sofrimento e chororô da nossa geração eu vivo isso, eu sou essa pessoa. Ao mesmo tempo que quero estar em um ambiente, na televisão, também estou no Twitter, então estou passeando por esses lugares e prestando atenção nos temas da nossa geração. Pra mim é isso que o álbum é.

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M: Como foi o processo das escolhas para o álbum? Você acabou deixando muitas músicas de fora?

J: A gente deixou de fora algumas, mas elas não “ficaram de fora”. Elas só não fazem parte de “Lobos”, mas elas vão surgir, elas vão viver.

M: Por ser seu primeiro álbum, chegou a ideia de ser um álbum auto intitulado? Ou Lobos sempre estava lá?

J: Eu não gosto muito de álbuns auto intitulados, não é que eu não goste, mas eu acho que eu não sinto nada que eu gostaria de fazer. Eu acho que gostaria de passar sempre uma mensagem clara, e que a música falasse mais que o meu próprio nome. Lobos sempre foi o título do álbum, é muito esquisito, mas eu fiz “Lobos” muito perto do lançamento de “Ressaca”. A primeira demo é de Outubro do ano passado, então desde lá eu já tinha tudo planejado. Eu acho que eu sou muito calculista nesse sentido.

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M: Sobre o poema na capa do álbum, a frase “a alcateia saúda os novos lobos” seria uma referência aos fãs que você conquistará depois desse trabalho?

J: Eu acho que é no sentido, não dos fãs que eu vou ganhar no projeto, mas no sentido que as pessoas podem ser unir. É no sentido de união, lutar por algo comum. Lutar pela liberdade, lutar pelo que a gente é.

M: O álbum termina com “Monstros”, praticamente a música encerra a história contada. Qual a maior mensagem que você gostaria de passar com o álbum?

J: De que sua diferença é sua maior joia, que eu to aprendendo isso cada vez mais. Coisas que eu não gostava em mim, fazem parte de mim, fazem eu ser a pessoa que sou. Isso é muito único, cada pessoa tem a sua. Então acho que abraçar as coisas que você odeia em si mesmo, e saber que aquilo faz parte de você é compensante como ser humano. Então eu acho que é essa a mensagem, seja quem você quiser.

M: Sobre o futuro, você tem mais alguns projetos? Ou agora é focar em uma turnê?

J: Eu estou bastante focado na turnê, a gente vai começar os ensaios em breve. Já temos as datas, e eu quero fazer uma coisa muito orgânica e viva. Um projeto, não por si próprio para divulgar o álbum, então eu quero pensar em elementos de luz, cenários, e tentar fazer cada música ter o seu próprio ambiente. Acho que vai ser bem legal”.

Por Lucas Muller


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